sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Grão Finale

Aos interessados:
Este blog termina aqui.
Não serão feitas mais postagens.
Porém, as postagem anteriores compõem uma história
com príncipio, meio e fim.
Durante alguns meses,
essa história foi construida com base em factos
e personagens reais, deturpados, obviamente,
mas com a conivência de todos os envolvidos.
Foi um exercício de escrita... que partilho convosco!
Apenas isso.

Convido-vos também a visitar o outro blog,
escrito por uma personagem completamente diferente,
mas, ainda assim, apenas uma personagem.

www.omeuegoemaiorqueovossorabo.blogspot.com

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

SEDE DE BONDADE

Tenhe sede de bondade
Fome de fazer o bênhe
vem cá de dentre esta necessidáde
de ajudar alguém!

Um apoie, um carinhe
quênhe na purciza de amôr
na pésse nada par mim
se nã a álegria d'aliviar uma dôr

Xetudi e aprendi dus livres entigues
tênhe conhecimentes ráres
também tirê curses mês amigues!
Muite bons e cáres!

Tude per amôr ó benhe
Cóme fez o S. Martinhe ó mendigue
Na pésse nada a ningenhe
o que cada um dá é lá consigue...

Ós que sofrem per ciume, amor ou traição
Ós que padecem de envejas ó desgôstes
Ê tô aqui do mê coração
para vos tirar esses encôstes

PS: Ó alminhas perdidas
enviem um enhemêile já... Cóme sabem, ê na léve nada
pru serviçe... Só tênhem que pagar o matrial...
que é cáre perque é do melhór, c'até vênhe do xetrangêre...
Se fôrem buizes é 90 êres, se forem nóves...
se querem ê também pósse mandar lavar
uns que já cá tenhe qué metade do prêçe
mas na fiquem tã bons perque às vezes há perquêra
de umas e de ôtras que nem com Algirul saem...
Se fôr pêlas cartas é só 80 êrites
mas na dá é para lavar per isse na pósse fazer descontes...

Iste é os materiáis da pruvizões...
prós curamentes, depôs depende...
CÓNE-DÓBLÉ



Ontem à nôte
fui ó mê primêre
sarau de cóne-dóblé


Foi benite... foi...
Óvi os cântigues...
Havia um que devia ser o méstre
que cantáva más cós ôtres...


Esse era o que táva em transe
guinchava que dáva dó...

Aquile deve dár dôres...
Suma melher a parir
dá grites de mêa nôte
e aquile é só um môce pequene
a sair purum bráque


Qué um bráque
que tá même fête qué pra ísse...


Quer dizer,
na é só pra isse que lá tá o bráque
que tamênhe se lhe dá ôtres uses...


I há cá umas quê cá sê
que lhe dão má use
có trápe das mesas do set'xtrelas...

Aquile já na é um trápe...

parece um xeperdício

cóme ós que se usa pra dár lustre ós ráies das ciclétas

Essas ó mênes na guinchem ó parir

c'aquile deve tár má largachão, má lásse
cús môces nascem de xecurrega...


Mas há umas que guinchem cóme ó rái
e até grunhem...

Agora imaginem-me
o qué tirar um xepirite máldôze
cainda per cima na quér sair
que tá lá metide no funde, aconchegáde
má agarradinhe cás carrássas!


Ainda per cima
pôndéque o xepirite àvéra de sair!


Bom, só sê cú homem tercia-se tôde,
guinchava, uivava, táva lôque!





Na vólte má lá!





Mês crídes buizes...



terça-feira, 6 de novembro de 2007

VI AS LUZES

Ê táva na obescuridão
das trévas...
tude per cása dêsses vinênes
que prái andem
essas cabras de córnes returcides
essas sanguessuguinárias!

Tive mûnte mal...
à mórte...
mas ruxitêi

Vemiti trêuze dias seguides
Tive sem quemida nem dú cú búber

Limpi as tripas a mûnte cúste!

A ôtra quéra cablêrêra
dêxô xucríte:

Muda de vida
Se
Tu na vives saxfêta
Muda de vida
Tás sempre em tempe
de medár!

I ê medi:
Já na vô ser cablêrêra
Fartê-me dus papés
da Zái
das fégas
das fênjidas d'amigas
De tude e de tôdes...

Foi dessa xecuridão
quê vi as luzes
Érem mûntas
pareciem as lezínhas de natál
cômó berlite du pêxe à nôte
ali da ria!

E cômá fénije
renasci das cênzas

Nú mê diste tive uma ámiga
que me tirô-me do lôde
me trôsse à tóna
sálvô-me do xeterque!
Limpô-me do cubrante

Suas envejózas!
Víbras!
Arênhas vinózas!

Ela ensinô-me a xúcubrir
a fôrssa cá em minhe
e ájudar os bons
e áfastar os máus

Na quére más mal
nem râncores
nem ruindádes
(que même assim tâmênhe nunca quije)

Ê agóra sê
que sô xepússial!

E quenhe quisér a minha ajuda
póde vir até minhe
Sê que á umas que levem 50 êres
ôtras 60
só pur mêa órinha...
Ê na sô assim!
se fôr perssize óvir as dôres das ôtras
pur 3 cúartes dóra
é côme fôr é côme seja
quê sê o que è sofrer...
Quê na face iste per dinhêre,
na pensem...

Cada um dá o que axar qué o juste...
Que á umas que até lévem ós 150 e ós 200
Mas tâmém avize já que na atende
gente enjusta
Quê cá na pacutu-u-ê com enjustissas...

PS: Já tirê o curse da Xuturulugia
e tô aprêndende dús buizes...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

TUDE À GARRÊIA

Móces,
vejem lá isse
qu'ê na quére que garrêiem
pecá de mim!

Dois homens fêtes
chêies de ciúmera,
ond'é que já se viu?

Ó Zé Pexêre,
mas atão tu dás confiança a essa gente?
Essa gente que anda prái
a falar mal dos nosses xerrasques
e que àdespôs
querem saber o que lá se passa...
Era só o que faltava
que ê agora lá sou pessoa
de andar a arrotar o que cada uma come!
Nã senhoras!

E tu, Pancinha...
Cortastes-me a fala mas ê cá sei que andas
às escondidas a esprêtar a minha vida
quê apanhê a Escanzelada do outre dia ó telefone
que ia passande
e óvi sem querer, que ê nã queria, o que tavem dizende...
Com que então...
enteressô-te saber o que cá se passou no xerrasque?
Só para falares mal àdespôs...
Tás é toda ruída
que nunca tivestes dois maches
à luta pecá de ti...
E é quê nem dou valor a isse...
até nem goste dessas garrêias...

Quem também anda encardida
é a Rainha do Bichedo.
No otre dia descompôs-me na rua,
qu'ê lhe tinha ofendide
e falade mal dela...
Moça, tá calada...
Ordinária,
que me pare a gestão se isse lá é verdade!
Ouve dé, cala-te um becade... só falas só falas
na dêxas falar ninguém
Tu é qu és uma intriguista,
uma desbocada...
dizes tude o que te apetece,
meteste cus marides das otras
e àdespôs
ê é que pague?
Tá calada, dêxa-me falar!
Tás-me só enrritande, só enrritande...
Vá já ter com as tuas amigas
que elas é que são da tua laia...
falem mal umas das outras...
num dia na se podem ver
no otre parece umas cadelas lésbicas com o cio,
umas prás outras...

Aaaai... qué iste quê tou sentide...
derrepente...
Aaaaai... quiste é um ardor nas entranhas...
Aaaaai... tás-me embruxande...
Desgraçaaaaaaada...
Aaaaaai! Aaaaaai!

Escanzelada! Ajuda-me!
Reza-me o crucefiço,
quê nem força pra isse tenhe...
Aaaaai! Aaaaaaai! Aaaaaaai!
Depressa! Põe-me a panela ó lume
Aaaaai.... que me para a gestão e quê morre...

Aaaaaai ajude-me Senhôr!
... Que sê suvriver a iste
vou 9 dias seguides
ó senhor dos aflites!

Aaaaaaaaai!

Aaaaaaaaai!


Aaaaaaaai! Que me embruxarem!

sábado, 20 de outubro de 2007

XARENGAREM A BALOFA

Digue já que na tive culpas nenhumas!

Má gostê de ver...

Olha se vissem...
A Maria Balofa,
que tá habituada
a ser a rainha entre as melheres
viu-se sozinha, sem as amigas,
espremida entre aquedas duas espécimes ...
Ainda percima os comprumides
que ela toma prós gases
tavem-se acabande...
Olha, a melher táva zesperada!


Quem erem as duas espécimes?

Uma era a Rainha do Bichedo...
Ela agora trabalha para uma seita
prá conversão das almas...
Ela nunca mais tinha aparcido...
Couve uns tempes que vinha cá muite
que iste até já tava começande a ficar empestade
Mas agora tme xtade no estrangêre...
Cônde ela soube que a Lêoncia,
(que é come o Zé Pêxere lhe chama-lhe,
por meiguice)
também vinha ó xerrasque,
largou-o as almas convertidas,
besuntou-se com as ceras e os perfumes,
meteu-se na xata e vá de corrida...

O quéla na tava à chupéra
é que a Lêoncia veio com sua rachada...
A 'do Bichedo vendo questa na tava vaga...
Virou-se prá Balofa,
que ela já lhe quer conveter
há muite tempe...
Mas teve pouque sucesse...

A outra espécime
é a Cabecinha de Fórfe,

que é uma que também andou lá pro estrangêre,
mas do otre lade...
Mas foi exportada, ou transladada ou lá o quéi
e agora às vezes vem à tona...

A melher, é uma garganêra,
na pode ver carne, é uma devoradora!
Até já ganhô o préme bequinha mágica
há uns anes atrás...

Assim que soube do xerrasque...
xêrô-lhe a carne
tomou lá as pirulas, pôs as pomadas e os cremes
fez lá os prepares dela
ligou o motor fora de borda e fez-se à maré!

Chegou decidida,
espaventou com a 'do Bichedo,
e levou a Balofa pra tás das cortinas...

O que lá se passou na sei...
Mas quande voltarem...
a Cabecinha de Fórfe vinha toda tercida
e a Balofa foi-se pró quintal
e ficou lá assentada
ó pé dos pézinhes de hortelã!





DEU-LHE SOLTURA!

Queriem-me fazer o cerco?
Queriem-me armar o xalavar?
Na me pesquem praí assim,
que ê cá estrebuche!

O xerrasque saiu tode ó contrário...
Pra já, na houve salsicha fresca!
Mas havia fartura, na pensem...
Muita febra, entramelhada, entrágoste...
Cu Zé Pêxere gosta mai de pêxe
mas também na se atrapalha com as carnes...
A Balofa na saiu do fegarêre...
Tava compremetida.. perque tava sozinha...
as amigas enganarem-lhe!

Afinal, elas na aparecerem pra fazer as pazes...
Alguém lhes contou o que ê tinha preparade!
Deve ter sido a escanzelada...
Ela já me disse uma vez quê fale a dermir
e dêve-me ter desquezide!

Mas prontes, olha ê sou assim...
na consigue fingir, na consigue ter falsidade...
Se tenhe pra dizer, digue...
mesme que teja a dermir...

A Pancinha ache que lhe deu a soltura!
Soltura? mai e alguém acredita disse?
Tivestes foi mêde... fostes avisada, foi o que foi...

A Desgraçadinha também deve ter sido avisada...
Diz ela que na ia, que tinha um casamente.
Um casamente? Àquela hora da noite!
Deve ser algum padre gótique!
Ó atão é um casamente daqueles
que se faziem nos anes 60
à meia-noite, às portas da igreja
ca Salomé fazia de sacrestão
e o Grite da Noite era a menina das alianças...
Mai valia também teres dite que távas com a soltura!

És tã falsa
que nem acredistaste no avise que te derem
que tiveste que ir lá chuprêtar a mei da festa,
com a xculpa quias lá bescar os tês pertences!
E àdespôs come vistes o que távas a perder
telefonastes prá pelicia per casa do barulhe...


Se visses os pelícias,
entrarem-me lá pra casa adentre
com os cacetetes...


O que vale é que o Zé Pêxere
conhecia os pelicias,
lá da tasca do Set'xtrelas
de cônde el vai lá tumar o mata biche.
Senão olha, íemes todas pá xquadra!

Xarengarem foi a Balofa...
Tava ardida em fogue
Xêrava má a suór!
Na avisarem a moça... falsas!

Benfêta pra ela...
pra veres quem são as tuas amigas!

Ê cá gostê de te ver entalada!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

SALSICHA FRESCA


Hum, há praí uns movimentes
que ê cá me tenhe apurcebide...
Parece que a Escanzelada
tá a organizar um xurrasque
com elas todas...
Devem-me vir juntas pedir xculpas
para fazer as pazes...
Ê cá na cortei a fala a ninguém!
Elas é que tiverem vergonha nas ventas
e nunca mai me aparecerem na frente...
Devem pensar
qué agora
que me vêm abanar com umas salsichas frescas
e que eu me derrete em baba
ós pézes delas
e lhes perdô-lhes...
Ônde ter uma bela supresa!

domingo, 14 de outubro de 2007

TOU-ME BAREMBANDE!

Ai na dizem nada?
Não me falem?
Tábem oh!

Hã-de vir cá pedi-las!
Hã-de vir cá bater!
Há mai marés oh!

Hã-de bater todas ca Xata do funde!
Hã-de tar se afegande no vosse esterque!



Hã-de chamar pe mim!
Ê-de ir mai degavarinhe cum caracoil...
arrastende os pezinhes.

Ê-de chegar
conde já só se vir o berbelite
da vossa respiração lá du funde.
E só aí é que lhes amande a corda...
Mai há-de ir com a fatecha na otra ponta
que ê não me ê-de alembrar
da tirar antes...

Conde tiverem-se afegande lá no funde,
a tentar vir ó de cima
hã-de apanhar com o ferre nos cornezites.

E pensem que ê cá me rale?
Tou-me barembande!

Ê só me rale é que me enfeguem!
Mai já pecá disse
é quê ande com o curcefisse
sempre da algebêra!

sábado, 13 de outubro de 2007

DESGRAÇADAS! BANDIDAS!



Desgraçadas! Bandidas!
Criem-me matar
suas creminosas malvadas?
Ma na matarem!
Suvrivi...
Que ia morrende com o que me fizerem...
Fizerem-se de amigas... de boazinhas...
E àdespois fazem-me iste na minha própria casa...

E tu Escanzelada dum diabe,
não desfendestes o tê maride...
Tavas fêta com elas

Na se faz...
virem à minha casa, fêtas amigas.

Servi-lhes o chá nas melhores perssolanas...

Que até fui-lhes comprar alcagoitas,
para não ficarem esfomeadas
como da outra vez..

E àdespois
puzerem-me Xeltox no chá?
Queriem-me ver estrebuchar come as baratas?...
Que tive quase às beiras da morte
com uma uma paragem da gestão,
que as tripas até se me repuxavem todas...
Até os peites me ardiem...

Uma pessoa desmaiada na sala
e deixarem-me abandenada...
Só óvia a escanzelada dizer:
tapem-lhe os pezinhes... tapem-lhe os pezinhes!

Vá lá, teve a preocupação!
É só pecá disse cainda tá cá em casa...

Paqueque foi isse?
Só para pederem falar mal de mim?

É assim que queres que te ajude Pancinha?
A fazeres-me iste?...
Ó pensas que ê na sei
Que fostes tu quê cê!
Tu mais a Desgraçadinha...

Essas malvadas!
beberem-me o vinho tode...
Suas bêbadas... Que ê cá só bebe chá!
Partirem-me as garrafas dos licores da Maria Balofa!

Havia cascas de alcagoitas
pras carpetes, plas peles dos sofás...
A risques da Lolita, que é a minha gatinha,
meter aquile à boca
e fazer-lhe soltura...

Vê lá se guestavas
quê te fizesse o mesme
ao tê buia Icas, ó Desgraçadinha!

E tu, Pancinha...
nem por o amor que tens à tua Chica Capada
tivestes remorses!

Mas suvrivi!

E agora é que vocêzes vão a ver quem sou eu!
Não me chame eu come eu me chame!

Acabarem-se as amizades!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

SECORRE... ACUDEM!



Ai secorre!
ACUDEM!
Chamem o tinóni!
Os bombêres...
Chamem quem quiserem,
mas que vênhem fardades!
Ê já sabia que iste ia pegar fogue!
Não esperava era tã cedo...
A Amanta da Pancinha
apanhou-a com a Escanzelada!
Olha, se vissem...
O pior não é isso...
É que eu, não sabende de nada
telefonê-lhe, à Pancinha...
A Amanta tava ó lade...
Descompôs-me com os nomes todes...
Olha, chamou-me tude...

Não sei como é que ela as apanhou!
Óvi dezer que tinha sido uma denuncia anónima...
Ainda bem que foi anónima que assim
tou livre de suspeitas
que toda a gente sabe que ê cá
o que tenhe pra dizer digo logo...
na escreve cartas anónimas...
E nem sequer sou pessou para ir cá
meter-me na vida das outras...

O que ê sei é que lá que lhas apanhou,
lhas apanhou-lhas...
Foi na casa da Pancinha...
Mas ela apanhou-lhas mas ache que não as viu!
Que assim que ouvirem
os grunhides da outra enfiarem-se na casa de banhe...
A Escanzelada ache que até desfolhou as canelas
com a confusão
Foi-se enfiar no polibã,
e escorregou no musgue...
feita parva... Então praquenh?
Se a Pancinha já tinha trancade a porta da casa de banhe?
Olha a Amanta... Ficou mais inrritada ainda!
Primêre arranhou a porta...
despois chorou
chorou, chorou, chorou!
As outras, lá dentre, caladas feitas mudas...
Grandes desgraçadas... é mesme na ter coração!
Àdespois a Amanta começou a ficar deprimida, deprimida
e ameaçou-lhas que se ia matar...
Olha enfiou 3 ataraxes plas goelas abaixe...
sem água nem nada
Estrebuchou, estrebuchou...
Até cair de bando no chão...

Cuande ovirem o barulhe...
abrirem a porta e lá tava ela
com os cabeles todes esgrenhades dos nerves
o chão tode babade
e as unhas cheias de puas da porta que estava toda desfolhada...
E agora, que culpa tenhe ê diste...
A Amanta em vês de ser solidária comigue...
Atão não fomes as duas traídas no même dia
na mêma hora?...
Só perque eu sou mansa e ela é brava... ?

Iste é o que ê pensava!
Mas o pior não é isse...
É que como a Amanta não chegou a ver
quem tava enfiade na casa de banhe
A Pancinha alembrou-se inventar
Que quem lá tava era eu com a Bicha Loira...
que ela só nos tinha emprestade a casa
que a Bicha Loira queria-me mostrar o robe nove!

Moça? Mai que conversa é essa?... Disse-lheu!
Ela começou a chorar!
E disse que foi o que lhe saiu
ao ver a Amanta, moribunda...
a meter soro na cama do hospital
e que agora não podia desmentir...

Já virem bem a minha posição
Ê na sei o que faça...
É um pese muite grande
quê tenhe que guardar sozinha
mas não posse sequer desabafar com ninguém
que se eu disse que na contava na conte!
Só que ê não sei o que faça
Per um lade chora-me a Pancinha...
Per outre, chora-me a Escanzelada
a pedir-me perdão...

De maneras que se hóver aí alguém
que me possa acudir
para saber o que eu faça...
É que ê já na durmia à 3 dias
que tenhe andade com a espertina
e agora olha...


Ai senhores!
Conde ê morrer ainda ônde pedir
ó papa para ê ser cananizada...





quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A RAINHA DO BICHEDO



Moça tá calada tá!
Tá calada mó!

Pecádequenh na te calas?

Não queres é ir sozinha na barquinha

queres-me levar-me contigue?

Mas eu mai depressa vou a nade

com duas fatechas nos tordezelos

e um chalavar enfiade em cada bracinho

que eu me meto nessa barca em que tu andas!


Moça, já nem a Joaninha, nem a Bicha Loira

querem ir no barque contigue!

Falem mal de ti pras costas

e pra frente fazem-te que não te conhecem-te!


Cala-te mó!

Queres pôr toda a gente na mesma traineira...

Ouve lá, mai nunca te disserem
que eras um pêxe um bocade esquisite

Já? Então tá calada,

deixa-me falar que eu sou uma pessoa honrada!

Fica sabendo
que a mim na me asteias as velas
que eu sou muito masculina!
Sou macha! Sabes o que é isse? Macha!
Não ande à garreia por causa dos marides das outras

Como a Joaninha, que te foi bater à porta
às 5 da manhã para lhe deslargares o maride da mão!

Moça, mai e tu même assim não te calas... cala-te mó...

Andas a dizer que eu vivo com a Escanzelada
só para disfarçar...
Para disfarçar o quênh?
Dizes que a Escanzelada parece um homem!
E a Bicha Loira parece o quênh?
Que desde que a casa do lado está em obras
levanta-se às 7 da manhã
que é quando os pedreiros comecem a trabalhar
e ela vai para cima da ceteia, de robe,
fingir que estende roupa...
Sim, que eu bem lha vejo... todes dias lá...
Mai terá tanta roupinha assim pra estender...
Na te ponhas de olhe não!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

HIENA ÉS UMA PORCA





É só para dizer
a essas porcas que me andem atiçando
quê cá não me deixe atiçar...
Se fosse caso disso
tinha ido ao focinho da Hiena Mutante,
que é uma que é aparentada da Sobrelha,
a comadre da Rapada...
Quessa também anda a ver
se eu me irrite-me
e despavento com ela
mai não tem sortinha denhuma...
que eu não desço ao nível dela...

Zei,
pa consideração quê te tenhe!
Até te ofereci o quarto
para espreitares a Rachada
a ver se apanhas a Maria Balofa
e lhe atachas a fatecha
que já anda a pedi-las...
Que o meu intresse era só esse e mai denhum...
E agora andas a dar fala a essa que apareceu prai,
que eu não sei quem é,
Má que ninguém me tira da cabeça
que é a alma penada do Zei Espreitão
que te anda a assombrar.
Zei, isso já não vai com chá de hortelã...
começa é a comê-la ós molhes.

Se queres saber mais
a Maria Balofa combinou sair hoje
com a Escanzelada... Devem ir à da Macharrona
Iste foi o que eu ouvi dizer,
que eu cá não tenhe nada a ver com isso...

E tu Hiena,
se eu descubre que és tu porca
que andas a falar das minhas costas
Ai mãe!
Eu perque o amor ó dinheire
que gastei nestas unhas de gel
e arranhe-te esse focinho,
puxe-te per esse cabelo
e esfregue-lhe na sarjeta!

PS:
Moce Hiena, és um bicho mais fei
que as xoxas de velha que dão à costa na Armona
Comes os restos das bichas mortas
Acasalas uma vez por ano

Mai e tu ris de quê?

domingo, 7 de outubro de 2007

A CARTA








Zé Pêxere,
Quem te escreve é alguém que te tem muito apreço
não posso dizer quem sou
por causa dessas intriguistas
que passem o tempo todo nas vendas
a falar mal das outras
e às vezes até vão ao estabelecimento onde eu trabalho
para me puxar pela língua
quando sabem
que eu não sou nada dessas coisas
de me meter na vida alheia
que a vida de cada uma é lá com cada uma...
Ainda elas iam pensar

que eu tinha algum interesse nisto
ou que queria tirar algum proveito da desgraça
que te está prestes a acontecer...
Se te estou a escrever
é porque não posso ver injustiças
e não quero ter os louros de fazer mais esta boa acção
que a mim a única coisa que me interessa
é a felicidade das outras
que para mim
isso já me faz feliz
sou pessoa que precisa de pouco
qualquer nasguita de pão para comer
uma encherga debaixo dum telhado
e prontes...

Zé Pêxere,
na tens apanhade pêxe poi não?
O pouque que tens apanhade
na tens vendide poi não?
Comé que eu sei?!
Só tu é que na tás vendo que te embruxarem!
E quem te embruxou foi a mesma pessoa
que te pôs esses dois mastros na testa...

Eu não sou de intrigas
e o que vais saber, não vai ser pela minha boquinha
tu é que vais ter que descobrir
E despaxa-te se não queres ser o ultimo a descobrir
que até à hora de eu escrever esta carta
a unica pessoa que ainda não sabia
era a Escaravelha, que de reste já todas sabem...


Ouve lá...
Na te derem um vasinho com
com um pezinho de hortelã?
A que te deu é que é tua amiga...
Faz um chá todas as noites
para arrotares o bruxedo...

Depois de estares curada,
vais tratar dos mastros!

Eu sempre soube
que era uma grande ansneira
meteres essa Rachada na tua casa
Que a Macharrona já tinha dito
que apanhou-la com as agulhas na retrete...

Mas eu nunca pensei foi de ver com estes olhinhos
o que eu cá vi...
Que foi vê-la a sair do Salão de Beleza da Maria Balofa
às quatro da manhã...
Tás admirade?!
Também eu fiquei...
Sabes que o salão fica mesmo em frente à janela do meu quarto?
Já não dormi toda a noite, só pensando em ti...
Eu não me vou meter nisto
mas se me pedires não te vou negar a ajuda
só pela amizade...
Mas se esta noite quiseres vir dormir lá no quarto
para ver se a apanhas...

Despeço-me
antes que diga o que não queira e seja mal entendida
fica na tua consciência

Anónima

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

FADUNCHO DA FALSA AMIGA


Eu não gosto de me meter
Nem que se metam na minha
Cada uma tem que viver
A sua vida sozinha

Também não gosto de intrigas
Nem de andar intrigada
A vida das minhas amigas
É lá com elas e mais nada

Mas uma coisa é verdeira
A verdade tem que ser dita
Andar armada em rameira
Não é uma coisa bonita

Há uma que anda aí
Roubando as mulheres das amigas
E afinal de contas eu descobri
Tem um amante às escondidas

O nome dela não direi
Porque não quero ser mazinha
É um segredo que guardarei
Está descansada Pancinha

Ela não gosta dele
Só o quer para a sustentar.
Diz-lhe que lhe doi o tornozelo
E vira-se para o lado a roncar

Não vai à da Macharrona
Para ir esticar as peles ao velho
Depois diz-lhe que lhe doi a coxa
A espinha e o ortelho.

Não sei como é que ele te atura
Fizeste-lhe algum bruxedo mau
Ou embruxaste-lhe a dentadura
Ou então a perna de pau.

Correu-te mal o teu plano
De dar o golpe do baú
O velho está mais novo a cada ano
E quem está quase morta és tu



Enquanto tiver língua e dedo
(Diz o velho algaliado)
Não há mulher que me meta medo
Se tá mole meto dobrado!


PS: Pode ser que alguém cante este fado
aos ovides da tua Amante
e ela descubra que lha andas a enganar...

E lá se acabarem as sopinhas de feijão...

A não ser que sejem tão porcas
que ela saiba e tejem as duas metidas no golpe ao velhe...
Cá para mim é o velhe que paga o feijão!

DIA DOS ANIMAIS




Ontem foi Dia dos Animais...
Deve ter havido uma grande comemoração
porque soltarem-nos a todos!
Não percebo porquem,
andam sempre a trocar os dias dos dias!
Então se o Dia dos Animais sempre foi a 8 de Março
que jeitos agora passar para 4 de Outubro...
Não sei!
O que eu sei
é que
hoje é o dia do meu desabafo!
Sou vítima de agressões

umas atrás das outras
daquela animala...

Ontem de noite
fui sair com a Escanzelada mais a Desgraçadinha

para beber o chá.
Fomos à da Macharrona, essa malvada,
que a Desgraçadinha ainda não conhecia...

A Desgraçadinha é uma também
que costuma andar nas festas com a gente...
Ela é a Desgraçadinha por causa do fado,
mas agora ela já se desligou disso.
Era assim:
Ela e a Fadista eram muito amigas
que a Desgraçadinha até lhe recolheu-lha lá em casa
numa altura em que a Fadista andava fugida
do Viola por causa dos dinheiros das cantorias...
Só que a Fadista, durante o recolhimento,
começou a meter os homens lá em casa.
A Desgraçadinha que é pura e casta,

já não suportava aquela chafurdice
e punha-se assentada no poiol da porta
à espera que os homens saissem,

para ela entrar...
Ora, mesmo quando eles saiam cedo

ela já não podia dormir
porque se tinha que deitar em cima do chafurdado

e isso ela não queria que dáva-lhe vómitos.
A Desgraçadinha, um dia,

não aguentou mais e disse-lhas todas.
Não foi coisa que ela fizesse...
A Fadista, que é uma bebeda

foi entornar para as vendas todas
uma mão cheia de injurias e mentirices...

Bom,

quando chegámos à da Macharrona,
então não é que a Macharrona, ela própria
me começou logo a agredir!
Eu sou uma vítima de agressão...
Isto é quase violência doméstica...
é pior, é violência selvástica...
Mas eu um dia, vou-lhe coser a boca ao sapo...
Aquilo são tudo invejas...
Eu ainda só não sei se é de mim

se é da Escanzelada...
A mim sempre me pareceu que era de mim...
O jeito que ela olha para mim...
Que eu às vezes faço que não vejo...
mas estou a ver...
E já lha apanhei-lhe
assim com os olhos feitos boga
e os lábios como aqueles caezinhos
que têm os dentes de baixo para a frente...
a olhar-me de inveja para os meus cabelos...

Ó mulher solta-te...
Tás sempre a reter a reter...
Não sabes como me há-des tocar,
agrides-me?...
És pior que a Zarolha
não me podes ver com ninguém...
Tem espinha, tem osso, tem coida
mas não me deslargas...
Deslarga-me mó!
Ó queres é a Escanzelada?
Fica com a Escanzelada!
Cada uma gosta da que gosta...
e ninguém tem que olhar para o prato da outra!
(E ainda menos falar do que a outra anda a comer!)

Agora,

andares-me a bater
como se eu fosse um capacho
é que não...

Que eu cá não tenho culpa
que a tua amiga, a Prucelina
(que era a tua melhor amiga...
a melhor pessoa do mundo,
como as outras todas que te têm enganado)
Eu não tenho culpa que ela
te tenha limpado o pé de meia
que tinhas junto
para fazeres as proteses aos dentes...
Moça, até parece que não te avisaram...
que não te deixarem uma carta anónima
que eu não sei quem foi
que pôs lá isso
àquelas horas da noite
por debaixo da porta
Mas tu teimaste,
não quisestes acreditar em quem é tua amiga!
Tivestes que fazer o teste do algodão?

domingo, 23 de setembro de 2007

NOITE ENFEGADA


Quando eu penso que a Zarolha
já engatilhou a vida dela
e me vai deslargar da mão...
Ela aparece!
É que não me pode ver com ninguém!

Ontem fui sair com a Escanzelada

Fizemos as pazes!
Mas a Pancinha ainda não sabe.
Eu também não vou dizer.
Quero que ela descubra de surpresa...
que nos apanhe em flagrante.
Que assim ainda lhe vai doer mais.
Eu não sou má! Sou ruim!
Quando mas fazem mas pagam!

... Já não se pode sair de casa...
Chegámos não havia mesa...
Estava o bar cheinho.
Já vinhamos embora
quando vagou uma mesa lá no meio das outras.

Ó diacho!
Então não é que a mesa
ficava ao lado
da mesa onde estava uma das comadres,
a Sobrelha...
Estava com outras amigas...
A amiga, a Rapada, não estava lá!
Hum! O que se terá passado!
Bom, quando eu passo para me sentar
reparo nela a olhar para mim...
mas de revés, como os bois enchifrados,
com a sobrelha levantada
e aquelas ventas mais abertas
que parecia que me queria engolir.
Moça por causa de quê é que ela
estava a olhar para mim assim?
Cortou-me a fala, que eu era isto e aquilo
e agora dá-me tanta importância?
Moça, desolha-me!
Que eu não quero saber de ti para nada.
Ainda me dás quebranto!
Ignorei-la e sentei-me na mesa...
e virei para o outro lado
para não ficar de fuças com ela.

Olha que azar o meu!
Quem é que estava do outro lado?
A Zarolha!
Não me falou...
Também, a gente não se conhece de lado nenhum.
Dê-mos de vaia uma vez,
por causa de outras pessoas.
Só que a Zarolha, sempre que me vê,
põe-se a olhar para mim.
Quer dizer, ela não olha,
porque ela é Zarolha.
E mesmo que olhasse
não lhe dá para ver os olhos
atrás dos fundos de garrafa.
Mas eu vejo pelo franzido da testa
que ela se está a torcer toda para me ver...
Isto tudo,
porque ela tem ciúmes de mim!
Mas que culpa é que eu tenho?...
Até andou no Ai-fai a falar mal de mim
com a Hiena Mutante.
Essa também é outra que me está entalada!

Bom, saimos daquela mesa
e fomos sentar numa pedrazinha
que havia no canto do jardinhito.
Olha, ficaram as duas malucas!
Torciam-se todas a ver onde a gente tinha ido!

Só que eu tive que me levantar
para ir buscar o chá
e aí dei o alarme...
Eu a levantar-me discretamente, para não me verem
mas as pessoas são umas invejosas.
Sempre a olhar para mim!
Eu já nem me produzo nem nada para sair à noite...
É uns trapitos e uma côrzita!

Olha, a Sobrelha vê-me...
começa a abrir e a fechar as ventas muito depressa...
Eu fugi...
Já nem quis saber do chá.

Nisto, quando volto para o pé da Escanzelada...
Apanho a Zarolha lá a cheirar...
Estava brincando com um gatinho...
Brincando com um gatinho?!
Estava era a cheirar...

Subiu-me os nervos...
Ceguei!
Tirei o sapato...
Amandei com toda a força ao focinho
do gato...
O gato saltou com as unhas pró focinho
da Zarolha... arranhou-lha a fronha toda!
Pensam que a desgraçada disse alguma coisa?
Desapareceu tão depressa
que eu que não sou Zarolha
nem a vi!

Pronto, acabou! - pensei.
Então não é que eu ainda não tinha acabado
de calçar o sapato,
já vinha a Zarolha de volta...
A mulher não tem noção do rídiculo!
Toda soberba, soltou a gadelha
e lá vinha a abanar-se escadaria abaixo!


Quando chegou à mesa dela,
já o engate dela estava com outra!
Só queria que a vissem...
deu a volta espaventada, subiu a escadaria
(parecia que tinha fogo no rabo)
e saiu desalverada pela porta.

Bem feita!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A BUCHA, A ESTICA e a amante!


A Pancinha, agora
tem uma nova amiga...
a Escanzelada.
Mais pálida que a cal da parede!
Juntaram-se as três
a Pancinha, a Amante da Pancinha
e a Escanzelada...
Levam as noites
a comer sopa de feijão
e a falar mal das outras...
Devem sair lindas coisas daquelas bocas.
Visceras,
visceras é o que elas têm naqueles crânios!
Cada vez que abrem a boca
é uma bufaria!

Moça,
pensas que és muito boa?
És boa como o milho...
transgénico!
Andas cheia de soberba
em cima desses tacões!
Vê lá não cais dai de cima
e afocinhes com a soberba na lama!
Ouvi dizer que agora
já estavas amiga da Mutante!
Ainda outro dia
lhe querias vazar a vista com as unhas.
Ainda cá há-des vir chorar...
E tu Escanzelada,
quando se acabar a sopa
há-des vir cá pedir
pão com banha e coiratos...
Não há-des ir longe...
Andas armada em doutora
com essa malinha de argolas
que te fez a nora da Pancinha?
Moça, nem bracinhos tens...
parece que a mala vai enfiada num cabide.
Hão-de pagá-las...
Abandonarem-me?
Adeus,
vou-me embora
que as minhas amigas
a Maria Balofa
e a Prucelina,
que são as minhas amigas verdadeiras,
estão à minha espera!
Havemos nós de estar a jogar à bisca
todas animadas,
a roer coiratos...
e vocês...a roerem-se de inveja,
a jogar às bichas solitárias!
.
PS: Eu é que não sou falsa,
nem gosto de intrigas,
nem de andar a falar desta e da outra.
Porque se eu fosse igual a elas,
ia meter veneno na Maria Balofa...
a lhe dizer que a Pancinha
lhe tinha roubado a amiga.
Ou então escrevia-lhe uma carta anónima...
só para largar ainda mais ferrado!
Mas quando ela souber
não há-de ser pela minha boquinha...

VOU PARA O PENTELHÃO

Hoje decidi que sou especial!
Estou farta que me ponham para baixo.
Essas invejosas...
que não valem nem um fungo
da minha unha do pé!
Quando morrerem
vão ser comidas pelos bichos,
junto com as outras mortas iguais a elas...

Ao menos os bichos que as comam
depois de mortas.
Já que em vida ninguém lhes pega.

Cá eu quando morrer,
daqui a muitos anos,
(Morrer não, falecer!
que pessoas como eu não morrem...
falecem.)
vou ser cremada,
com cremes da Givenchy e da Hermes
e depois vou ser trasladada
pró pentelhão!

Porque eu, agora, vou ser escritora.
Até já fiz um poema:


AS COMADRES

SOBRELHA E RAPADA



Era uma vez duas amigas
que andavem sempre lado a lado!
Uma tinha uma grande sobrelha
e a outra o buço rapado!

Eram as duas escanzeladas
mas andavem cheias de pluma.
Pareciam era duas esfregonas
mas com um pau para cada uma!

É que elas eram amigas
Mas por trás: Valha-me o Senhor!
Falavam mal uma da outra...

Ui, qual das duas a pior!

Depois juntas, nos passeios...
pareciam duas santas...
Mas tinham tanto de boazinhas
como de duas grandes antas!

Quando não gostavam de alguém,
eram as duas muito más.
Uma zurrava doida...
A outra, dava coices para trás.

Não havia nada a fazer!
Eram umas infelizes, mal amadas.
Quanto menos se é... mais se quer parecer.
Dá-me pena... coitadas!



Quem com ferro mata
com ferro morre.
Come gelado de copo
que de pau escorre!

PS: A não ser que lambam depressa!